Speaking to Lusa news agency, the fadista expressed his “great contentment” for the show being held in the Graça neighborhood, where he was born 80 years ago, at A Voz do Operário, institution of which his paternal grandmother, Maria Emília da Tabaqueira, was an honorary member.
“I knew her and it was in her house that, when I was a boy, I developed my passion for fado, listening to the fado programs broadcast by Emissora Nacional, Rádio Graça, Voz de Lisboa, and Rádio Peninsular,” said Nuno de Aguiar, who started singing when he was still a boy, at the age of 9 or 10, at the request of his neighbors, who offered him “ten escudo coins, the kind with the caravel on the back,” he recalled.
For his biographer, João Paulino, Nuno Aguiar was “a child who became a man in fado.
“Since I was a boy, when I was nine years old, I used to sing fado, and I would escape my parents to go sing in Alfama,” Nuno Aguiar told Lusa, affirming that he preferred to sing fado or listen to it at the doors of taverns, instead of playing the usual children’s games like spinning tops or cops and robbers.
One of his “fans” was the then-mayor of Lisbon, General França Borges (1901-1986), who gave him ten escudos, with which he bought a sandwich, he recalled.
Nuno Aguiar is the artistic name he adopted when he returned from military service and was invited by Emílio Mateus to record for the Estúdio label.
The fado singer was baptized Concórdio Henriques de Aguiar and, at the age of 15, he recorded on the now-defunct Rádio Graça. In 1960, he won the Primavera do Fado Contest, at the Coliseu dos Recreios, after the different eliminatory rounds at the Café Luso, in Lisbon.
Nuno de Aguiar performed in several Lisbon fado houses, such as Retiro da Severa, and later, invited by fadista Lucília do Carmo (1919-1998), at O Faia. He also performed at the Casino do Funchal, and his international career began to take shape.
He spent nine years in the United States where he performed for the Portuguese community and others.
Later he was part of the cast of a fado house in Lourenço Marques (now Maputo), until 1974 when he returned to Lisbon and performed at Forcado. Later it was his turn at “Picadeiro” in Cascais, on the outskirts of Lisbon.
Musicologist Rui Vieira Nery, who led the candidacy of fado as Intangible Heritage of Humanity, states in the preface to his biography, entitled “O Meu Sangue é Fado – De Concórdio Henriques a Nuno de Aguiar,” that the creator of “Bairro Alto” is an “outstanding representative of a lineage of fado singers,” citing, among others, Alfredo Marceneiro, Joaquim Campos, and Filipe Pinto.
“Nuno de Aguiar is someone who knows how to revisit, in a very personal way, each of these great fados that we have always known, redesigning them each time in his own way, always discovering new outlines that surprise us, inspired sometimes by a poetic image, sometimes stronger, sometimes more fragile, sometimes more energetic, sometimes sweeter,” Vieira Nery writes.
Scholar Luís de Castro, of the Fado Museum’s advisory board, told Lusa that Nuno de Aguiar is “one of the few Fado singers who knows how to tell a story.”
“Nuno de Aguiar is a beautiful stylist, with good diction that knows how to divide a verse well, essential characteristics of a fado singer,” Luís de Castro pointed out.
In a reflection on fado, Nuno de Aguiar stated that “it is the song of all Portuguese people, and it has always followed its course.
Among the Fado singer’s hits are “Bairro Alto”, his music for lyrics by Carlos Simões Neves, “Lembem, Mãe?”, “Jardim do Coração”, “Beijo a Noite”, “Toma lá Meu Coração”, and “Rouxinol da Ribeira”, among others.
Next Saturday, at 21: On Saturday, at 9:00 p.m., Fado artists such as Nuno de Aguiar, Rão Kyao, António Pinto Basto, Adriano Pina, Florinda Maria, Nuno da Câmara Pereira, Dina do Carmo, Yolanda and Bruno Soares, Esmeralda Amoedo, as well as Daniel Gouveia and Rolando Dias, and the musicians Pedro Marques, on the Portuguese guitar, Lelo Nogueira, on the viola, and Miguel Gelpi, on the bass guitar, among other names of Fado, will take the stage at A Voz do Operário.
Artigo em Português
Fadista Nuno de Aguiar celebra 70 anos de carreira em espetáculo na Voz do Operário
Lisboa, 25 nov 2021 (Lusa) – O fadista Nuno de Aguiar, autor do fado “Bairro Alto”, celebra 70 anos de carreira, com um espetáculo a realizar no sábado, em Lisboa, que reúne 24 artistas.
Em declarações à agência Lusa, o fadista manifestou o seu “grande contentamento” por o espetáculo se realizar no bairro da Graça, onde nasceu há 80 anos, n’A Voz do Operário, instituição da qual a sua avó paterna, Maria Emília da Tabaqueira, foi sócia honorária.
“Eu conheci-a e era na casa dela que alimentava, ainda miúdo, a minha paixão pelo fado, ouvindo os programas de fados transmitidos pela Emissora Nacional, Rádio Graça, Voz de Lisboa ou na Rádio Peninsular”, contou Nuno de Aguiar, que começou a cantar ainda menino, aos 9, 10 anos, a pedido dos vizinhos, que lhe ofereciam “moedas de dez escudos, daquelas com a caravela no verso”, recordou.
Para o seu biógrafo, João Paulino, Nuno Aguiar foi “uma criança que se fez homem no fado”.
“Desde menino, pelos meus nove anos só me puxava para cantar o fado, e escapava-me dos meus pais para ir cantar para Alfama”, afirmou à Lusa Nuno Aguiar, afirmando que preferia cantar fado ou ouvi-lo à portas das tabernas, em vez de jogar os jogos habituais das crianças como o do pião ou aos polícias e ladrões.
Um dos seus “fãs” foi o então presidente da Câmara de Lisboa, general França Borges (1901-1986), que lhe deu dez escudos, com os quais comprou uma sandes, recordou.
Nuno Aguiar é o nome artístico que adotou quando regressou do serviço militar e foi convidado por Emílio Mateus para gravar para a editora Estúdio.
O fadista foi batizado como Concórdio Henriques de Aguiar e, aos 15 anos, gravou na extinta Rádio Graça. Em 1960, venceu o Concurso Primavera do Fado, no Coliseu dos Recreios, ultrapassadas as diferentes eliminatórias no Café Luso, em Lisboa.
Nuno de Aguiar atou em várias casas de fado lisboetas como o Retiro da Severa e, mais tarde, a convite da fadista Lucília do Carmo (1919-1998), n’O Faia. Atuou também no Casino do Funchal, começando então a desenhar-se o seu percurso internacional.
Esteve durante nove anos nos Estados Unidos onde atuou para a comunidade portuguesa e não só.
Mais tarde fez parte do elenco de uma casa de fados em Lourenço Marques (atual Maputo), até 1974, quando regressou a Lisboa e atuou no Forcado. Posteriormente foi a vez do “Picadeiro”, em Cascais, nos arredores de Lisboa.
O musicólogo Rui Vieira Nery, que liderou a candidatura do fado a Património Imaterial da Humanidade, afirma no prefácio à sua biografia, intitulada “O Meu Sangue é Fado – De Concórdio Henriques a Nuno de Aguiar”, que o criador de “Bairro Alto” é um “representante destacado de uma linhagem de fadistas castiços”, citando, entre outros, Alfredo Marceneiro, Joaquim Campos e Filipe Pinto.
“Nuno de Aguiar é alguém que sabe revisitar, de um modo muito pessoal, cada um destes grandes fados que conhecemos desde sempre, redesenhando-os de cada vez à sua maneira, descobrindo-lhes sempre novos contornos que nos surpreendem, inspirados ora por uma imagem poética ora mais forte ora mais frágil, ora mais enérgica ora mais doce”, escreve Vieira Nery.
Nery diz ainda que Nuno de Aguiar “nos faz saborear cada palavra do texto e nos deixa partilhar as alegrias e sofrimentos dos personagens que nos vai retratando”.
O estudioso Luís de Castro, do conselho consultivo do Museu do Fado, disse à Lusa que Nuno de Aguiar é “um dos poucos fadistas que sabe contar uma história”.
“O Nuno de Aguiar é um belíssimo estilista, com boa dicção que sabe dividir bem um verso, características essenciais a um fadista”, salientou Luís de Castro.
Numa reflexão sobre fado, Nuno de Aguiar afirmou que “é a canção de todos os portugueses, que tem seguido sempre o seu rumo”.
Entre os êxitos do fadista, refira-se “Bairro Alto”, música sua para uma letra de Carlos Simões Neves, “Lembras-te, Mãe?”, “Jardim do Coração”, “Beijo a Noite”, “Toma lá Meu Coração” e “Rouxinol da Ribeira”, entre outros.
No próximo sábado, às 21:00, sobem ao palco d’A Voz do Operário, para homenagear Nuno de Aguiar, Rão Kyao, António Pinto Basto, Adriano Pina, Florinda Maria, Nuno da Câmara Pereira, Dina do Carmo, Yolanda e Bruno Soares e Esmeralda Amoedo, assim como Daniel Gouveia e Rolando Dias, e os músicos Pedro Marques, na guitarra portuguesa, Lelo Nogueira, na viola, e Miguel Gelpi, na viola baixo, entre outros nomes o fado.